Já sabemos que ter mais não significa viver melhor. Sabe-se que é preciso um mínimo para a sobrevivência para ser feliz; partir desse básico, se você não é feliz com o que tem, também não seria feliz com o que te falta.
Você já deve ter ouvido falar em PIB, que é a soma de todo o produzido numa nação em um ano ou no IDH, Índice de Desenvolvimento Humano, que combina expectativa de vida, renda e educação, e medem o progresso de uma nação. Mas como isso pode estar relacionado com a felicidade – este conceito tão importante de se experienciar e tão difícil de quantificar?
FIB, sigla de FELICIDADE INTERNA BRUTA, é um indicador sistêmico desenvolvido no Butão, um pequeno país do Himalaia. O conceito nasceu em 1972, elaborado pelo rei butanês Jigme Singya Wangchuck, que aos 17 anos assumiu o governo com um forte desejo de transformar seu pequeno reino em um lugar feliz de se viver. Desde então, com o apoio do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), esse conceito foi posto em prática, e atraiu a atenção do resto do mundo com sua nova fórmula para medir o progresso de uma comunidade ou nação. Assim, o cálculo da “riqueza” deve considerar outros aspectos além do desenvolvimento econômico, como a conservação do meio ambiente e a qualidade da vida das pessoas.
O FIB é baseado na premissa de que o objetivo principal de uma sociedade não deveria ser somente o crescimento econômico, mas a integração do desenvolvimento material com o psicológico, o cultural e o espiritual – sempre em harmonia com a Terra.
Conheça as nove dimensões do FIB, e aproveite para fazer uma autoanálise de como anda sua felicidade:
1) BEM-ESTAR PSICOLÓGICO
Avalia o grau de satisfação e de otimismo que cada indivíduo tem em relação a sua própria vida. Os indicadores incluem a prevalência de taxas de emoções tanto positivas quanto negativas, e analisam autoestima, sensação de competência, estresse e atividades espirituais.
2) SAÚDE
Mede a eficâcia das políticas de saúde, com critérios como autoavaliação da saúde, invalidez, padrões de comportamento arriscados, exercício, sono, nutrição, etc.
3) USO DO TEMPO
O uso do tempo é um dos mais significativos fatores na qualidade de vida, especialmente o tempo para lazer e socialização com família e amigos. A gestão equilibrada do tempo é avaliada, incluindo tempo no trânsito, no trabalho, nas atividades educacionais, etc.
4) VITALIDADE COMUNITÁRIA
Foca nos relacionamentos e interações nas comunidades. Examina o nível de confiança, a sensação de pertencimento, a vitalidade dos relacionamentos afetivos, a segurança em casa e na comunidade, a prática de doação e de voluntariado.
5) EDUCAÇÃO
Leva em conta vários fatores como participação em educação formal e informal, competências, envolvimento na educação dos filhos, valores em educação, educação ambiental, etc.
6) CULTURA
Avalia as tradições locais, festivais, valores nucleares, partipação em eventos culturais, oportunidades de desenvolver capacidades artísticas, e discriminação por causa de religião, raça ou gênero.
7) MEIO AMBIENTE
Mede a percepção das cidadãos quanto a qualidade da água, do ar, do solo, e da biodiversidade. Os indicadores incluem acesso a áreas verdes, sistema de coleta de lixo, etc.
8) GOVERNANÇA
Avalia como a população enxerga o governo, a mídia, o judiciário, o sistema eleitoral, e a segurança pública, em termos de responsabilidade, honestidade e transparência. Também mede a cidadania e o envolvimento dos cidadãos com as decisões e processos políticos.
9) PADRÃO DE VIDA
Avalia a renda individual e familiar, a segurança financeira, o nível de dívidas, a qualidade das habitações, etc.
Essas são diretrizes para o bem-estar integral, e o Jeito Gaia de se cuidar, que visa promover a felicidade, está totalmente alinhado com esta visão sistêmica do ser humano e, consequentemente, com o desenvolvimento sustentável da sociedade.