A beleza não é superficial. Mas pode ser artificial: se não tiver lastro, inflaciona e perde valor muito rápido.
Você espera o valor vindo de fora, você se relaciona com a beleza como se ela fosse uma mercadoria. Você recebe atenção em troca dela. Quanto mais bonita, mais atenção.
Atenção é energia. Amor é energia. Você quer ser amada. Quem não quer?
Como na lei da oferta e procura, você se sente desmerecida e desvalorizada se não recebe a atenção desejada (o que raramente acontece porque somos seres carentes e identificados com a falta) e você então acredita que isso acontece por não ser bonita o suficiente…
Vivemos numa sociedade que acredita na escassez do mundo, na competição, e no modo modus operandi industrial em que se um ganha, outro perde. Você aprendeu que era assim. Então você se compara… e perde mais que ganha. Muitas vezes até esquecemos que estamos competindo com imagens que não são reais. Imagens de mulheres muito mais lindas, mais magras, mais jovens e muito mais felizes. Imagens de mídia que vende felicidade e que se reproduzem nas nossas mentes sem controle de natalidade. Malditos memes!
Não é porque olhos claros são bonitos, que olhos escuros não são. Não é porque cabelo liso é bonito, que cacheado não é. E assim vai. Sem perceber, vivemos fazendo este tipo de um julgamento infantil – quando criança a diferenciação é importante para organizar o conhecimento mas chega uma hora que é preciso crescer e amadurecer.
Aceitar-se e amar-se é um processo de amadurecimento, porque implica em ter uma visão objetiva da realidade – é reconhecer seu valor, aceitar suas falhas e mudar o que for preciso. É ter uma visão mais inclusiva e mais compassiva consigo mesma e com o outro. E então o outro deixa de ser ameaça, porque você sabe que sua maior inimiga é você mesma, suas crenças e idealizações.
Honrando nossa saúde, nossas necessidades emocionais e o nosso corpo e abrimos espaço para que a nossa beleza natural se manifeste, com lastro em ouro <3
Herica Sanfelice